quinta-feira, 24 de maio de 2012

O IPPON DE MARKETING DO JUDÔ: EM UMA DÉCADA, MODALIDADE DEIXOU MADRUGADAS PARA TER TORNEIOS FREQUENTES NA TV E, CONSEQUENTEMENTE, PATROCINADORES


Judô esporte (Foto: Agência EFE)
A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) chega a 2012 com feitos que somente o futebol era capaz de impulsionar: possui cinco patrocinadores (quatro deles da iniciativa privada e responsáveis por 70% das receitas), tem fornecedor de materiais esportivos, parceiros de mídia tanto para transmissões em TV aberta quanto na fechada e fez do Brasil o país sede preferencial para eventos e torneios mundiais.
Mas as conquistar não vieram da noite para o dia. Até 2003, as competições de judô não eram transmitidas pela TV, não havia patrocinadores e os ginásios eram frequentados na maioria por atletas e seus familiares. Para dar um ippon (golpe máximo do judô) na baixa popularidade, o primeiro passo foi formatar as competições para que se tornassem atrativas às emissoras de televisão, fazendo das lutas um entretenimento também para quem não era judoca.
Em 2005, veio o primeiro patrocínio, da Infraero. A verba recebida proporcionou a chance de trazer para o país a Copa do Mundo de Judô, em 2006, e o Campeonato Mundial, segundo evento mais importante, depois da Olimpíada, em 2007. Foi nessa etapa que a modalidade convenceu a mídia de que estava pronta para novo salto.
Em 2008, a CBJ conseguiu estabelecer um calendário fixo e comercializar direitos de transmissão para Record e Sportv. “Foi um grande diferencial para negociações que tínhamos no mercado”, explica Maurício Santos, diretor de marketing da entidade. “Antes nós tínhamos que vender mídia espontânea, dizer que o judô iria aparecer eventualmente, até que pudemos garantir um número de horas na televisão e, consequentemente, retorno aos patrocinadores”.
Os números comprovam a evolução. Entre maio de 2011 e maio de 2012, a modalidade obteve 222 horas contínuas de transmissão em redes aberta e fechada, sendo 84 delas ao vivo. Anos antes, em 2005, o mesmo período contabilizou 32 horas de aparição na TV, com apenas oito delas em tempo real.
“Passamos a apresentar projetos definidos pelos ciclos olímpicos, nos quais o judô entraria como uma das maiores chances de medalha para o Brasil. O investidor não entrava só para aplicar a marca, mas como parceiro do projeto. A partir de 2009, começamos a ter maioria de investimento do setor privado”, acrescenta Santos.
Os parceiros da CBJ hoje são Sadia, Infraero, Bradesco, Cielo e Scania. Mas se um deles desistir do investimento, a estrutura não fica comprometida. A maioria deles já está com contrato assinado até os Jogos de 2016, do Rio de Janeiro, e essa entrada regular de verba garantiu fortalecer a base.
De todos os recursos obtidos pela confederação, 52% são repassados para atletas, tanto para os de alto rendimento, quanto para os da categoria de base. Outros 18% são direcionados para a gestão, isto é, a manutenção da estrutura da entidade. Como forma de difundir o judô pelo país, 20% são levados às federações estaduais, e os últimos 10% da receita são gastos com a capacitação de todos os profissionais que compõem a máquina.
Dos seis maiores eventos da modalidade no mundo nos próximos quatro anos, três deles serão sediados pelo Brasil. O Mundial de equipes será feito em Salvador, na Bahia, em 2012; o Mundial individual, no Rio de Janeiro, em 2013; e os próprios Jogos Olímpicos de 2016, também na cidade carioca, quando o judô será uma das principais esperanças de medalhas.
Quanto maior o número de competições importantes, maior a visibilidade e maiores as chances de conseguir mais adeptos e de manter o esporte em alta no Brasil.
fonte:

Nenhum comentário:

Postar um comentário